É um olhar desperto demais para alguém que acorda às 4h15. Desde o início de abril, Carla Vilhena, 42 anos, madruga para apresentar o Bom Dia SP às 6h25 e participar do Bom Dia Brasil, às 7h15. Ela reconhece que se manter ativa enquanto a maioria do país dorme é uma proeza: ''Passo a tarde com meus filhos e isso é algo que me motiva. Mas o sono é difícil e, no meio da noite, Marcelinho costuma invadir minha cama''. O menino de 5 anos é o caçula do casamento de 17 anos com o jornalista Chico Pinheiro, 57, que terminou em 2008. Os dois também são pais dos gêmeos Clarissa e Pedro, 9, e mantêm um bom relacionamento. Carla até inventou um método curioso: faz um calendário com as principais atividades da família, prega em duas paredes de seu apartamento no Morumbi, em São Paulo, e envia para o ex-marido. ''É claro que ele segue (risos). Mas, falando sério, há um diálogo e uma flexibilidade entre a gente'', diz. Carla é cheia de histórias curiosas. Por exemplo, reencontrou o primeiro (e atual) namorado, o advogado Carlos Monnerat, 42, no Orkut. Por um triz, não participou do Garota do Fantástico. Casos como esses, a jornalista, que aparece em rede nacional desde os 18 anos, revela a seguir:

1. Quase foi Garota do Fantástico
''Aos 17 anos, trabalhava como estagiária na edição da Rede Globo. Até que um dia, me perguntaram: 'Quer ser Garota do Fantástico?' Estranhei e bati na sala da Alice-Maria (65, então diretora dos telejornais da Rede Globo) para perguntar a opinião dela, que respondeu para mim, séria: 'Olha aqui, você não vai ser a Garota do Fantástico! Tenho planos para você! O pessoal do programa tem de parar de assediar minhas funcionárias' (risos).''

2. Queria ser engenheira
''Aos 16 anos, prestei vestibular para engenharia, mas não passei na universidade que queria cursar. Enquanto esperava as outras provas, minha mãe mandou um pedido de estágio para mim na Rede Globo. Entrei. Ela sempre soube que eu não seria uma boa engenheira (risos). Na escola, era oradora da turma e escrevia peças de teatro. Entrei no estágio e logo me apaixonei por aquilo. Seis meses depois, estava na universidade que desejava fazer, mas cursando jornalismo.''

3. Guarda as Barbies dela ''Ganhei minha primeira Barbie aos 9 anos e guardo até hoje, na caixa. Não só essa boneca, mas várias. De vez em quando, Clarissa pede para brincar com elas e aviso: 'Minhas Barbies vão visitar as suas, mas, depois, voltarão direitinho para o armário, tá?' (risos). Clarissa não herdou esse meu lado 'mulherzinha'. Ela é mais moleca, gosta de brincar com bola. Eu, até a adolescência, fazia tricô e costurava roupinha de boneca.''

4. Chorou ao deixar o SPTV
''Considerei um privilégio quando a direção da casa me convidou para apresentar o Bom Dia SP, com inserções no Bom Dia Brasil. Já estive à frente do telejornal antes da gravidez dos gêmeos e a equipe me recebeu muito bem. Não teve briga alguma. Chorei de emoção quando saí do SPTV, com a equipe me abraçando, numa confraternização.''

5. Diz ter um carma no dia do aniversário ''Faço aniversário em 11 de junho. É um carma. Aos 20 e poucos anos, tive um namorado que rompeu bem nessa data que, ainda por cima, é véspera do Dia dos Namorados. Pode imaginar o quanto eu chorei (risos). Em 1987, perdi minha tia, Carlota. Meu nome é uma homenagem a ela, que foi uma segunda mãe para mim. Passei três anos sem comemorar o aniversário, de luto, até que uma amiga preparou uma festa surpresa para desvincular essa dor. Em 2005, tive o Marcelinho, uma grande felicidade da minha vida. Ele não estava previsto para nascer naquela semana. Marcelinho olha para mim e diz, com cara de cúmplice: 'É o nosso dia, né, mamãe?' (risos).''

6. Fez as unhas para o nascimento dos gêmeos
''Acordei às 5h da manhã para fazer as unhas, ir ao cabeleireiro e aparecer bem no vídeo do nascimento dos gêmeos (risos). Foi um parto bem tranquilo, ao contrário do Marcelo, em que mal me cumprimentaram na sala de cirurgia. Ele veio de supetão e nem deu para fazer as unhas (risos).''

7. Os filhos lidaram bem com a separação
''A separação não foi uma decisão minha. Não vou expor os motivos, mas é um processo em que o casal decide e não foi fácil para ninguém. Fiquei surpresa porque as crianças lidaram melhor do que a gente. Elas sofreram e ainda ficam com saudade dele ou de mim. Mas superaram bem, foram ninjas. Ficamos casados 17 anos. É muito tempo e não considero isso um fracasso. Não cogito outra alternativa além de se dar bem com o ex-marido. As crianças precisam do amor paterno. É um crime usar uma criança para atacar o 'ex'.''

8. Planeja a vida em um calendário anual ''Em meados de janeiro, recebemos uma escala com todas as edições do Jornal Nacional que apresentaremos ao longo do ano. Com base nisso, nos aniversários e nos feriados, divido com quem as crianças ficarão no fim de semana. Imprimo aquilo, coloco no meu escritório, na cozinha e mando uma cópia para o Chico. Sou chata, ele sabe disso e claro que segue a escala (risos). É ótimo porque todos podem se planejar com calma.''

9. Reencontrou o namorado pelo Orkut ''Conheço o Carlos há 22 anos. Ele foi meu primeiro namorado. A gente ficou junto um ano e, aos 20, quando fui morar na Itália, ele terminou comigo, porque não queria me esperar. Voltei ao Brasil uns dois anos depois e perdemos o contato. Até que uma amiga, a mesma que nos apresentou, achou o Carlos no Orkut. Ela pegou o telefone dele e mandou para mim. Achei tudo tão surpreendente que tomei coragem e liguei. Começamos a sair e, logo depois, a namorar.''

10. Pensa em casar, mas não quer mais filhos ''Carlos e eu ainda não falamos em casamento porque nosso namoro é recente. Estamos juntos há nove meses. Quero casar novamente, mas não gostaria de ter mais filhos. Tenho três e acho que está bom.''